domingo, 6 de setembro de 2009

A volta das palavras (ou outro nome mais óbvio).

De repente eu decidi não mais escrever. Perceber o quão romântica esse hábito de colocar em palavras todas as coisas me tornava foi angusitante demais. Mas não consegui passar muito tempo sem isso. Não escrever me deixou pensativa demais. Não que as palavras que eu deixasse pelos cantos fossem mesmo um desabafo, (nem minhas elas pareciam) mas eram o reflexo ou o sonho de alguma coisa que tinha algum pedaço de mim.

E não escrever foi me deixando sem pedaços, e sem pedaços não se pode ser inteira. Mas isso eu ainda me pretendia ser. E fui. Nas palavras que escorriam na minha inteirisse não pude encontrar nada. Elas já não às mãos e, em protesto, resolveram não mais virem à boca também. Entendi que quiseram me mostrar como se sentiam por não serem extravazadas e presenteadas por aí, sem nenhum motivo inevitável.

Mas tornaram inevitável meu retorno a elas. Comecei a engasgar com as palavras, mas as engolia toda vez. Dentro da minha barriga, elas me causavam dores que me impediam a respiração. As malditas palavras ausentes de mim, fizeram meu silêncio amargo e sem modos não conseguir se explicar a ninguém. Foi assim, que resolvi, num exercício de bulimia palavrial, vomitá-las todas, para que livres, elas me deixassem ser eu novamente.

2 comentários:

T.M disse...

Volte sempre..

é sempre um prazer te ler.

Uila Gabriela disse...

Não nos prive de tamanha delicadeza.
Tuas palavras acalmam ou inquietam, sempre despertam algo interessante,
Não deixe de proferi-las minha cara.
Beijos verbais
:*