quarta-feira, 16 de abril de 2008

Deus é finito.

Finito.

Toda eternidade é finita. Não quero aqui escrever os paradoxos poéticos que a tantos encantam, mas a mim eles já enojam, enojam mais por se mostrarem tão reais.
Voltando, essa finitude cotidiana, quando começamos sempre algo que se faz parecer com um ciclo e em seguida se rompe. Se rompe porque o alguém sempre se vai.
E ir nunca é problema, a não ser quando quem fica é a gente. Eu me acostumei a deixar, até que começou um ciclo de pessoas queridas me deixarem. O que eu fiz? Deixei também.
E eis que vem um que desde sempre disse: "Ei, eu vou te deixar, aliás, eu não estou nem aqui."
Mas depois diz:"Ei, estou aqui, não vou te deixar."
E ele está e nunca está. Como Deus.

Mas a minha fé não dá conta de um deus tão frágil. Um deus que se vai porque se esconde, porque não quer ser visto. Um deus covarde.

Um deus que esconde os olhos, sabe-se lá porquê.

E tento a esse deus dizer adeus, mas parece vão.
Os olhos de deus são demasiado profundos, e eu, não fujo de olhos...