sexta-feira, 29 de maio de 2009

Joana d'Água

De todos os lugares aos quais tinha viajado, Joana não se lembrava de nenhum que fosse tão emocionante quanto a viagem da noite anterior.
Ela caminhara por ruas molhadas de história. Lembranças, tragédias silêncios e água. Lágrimas, saliva, suor e todas as águas que haviam naquele lugar.
Joana viajou pra dentro de si. Conheceu o calor de seu corpo e o frio da mente. A inquietação de seu espírito nunca havia lhe dito tanto quanto na noite anterior.
Um sono cheio de sonhos. Bons, de saudade, de medo. Sonhos de água, água dela. Já não sabia acordar.
Na corrida nas ruas molhadas, saiu da carne quente de Joana, o suor frio da noite. E ela se viu só. Se fez lágrimas. Virou água. E escorreu pelas ruas dos seus sonhos, sendo a água-história que ela queria viver.


Escrito em 27/05/2009.