segunda-feira, 24 de março de 2008

O sonho tácito.

E o rapaz dos pés alados sumiu tão depressa quanto apareceu. A cortesia rude daquele curto momento se dissipara quando as asas em seus pés ordenaram a partida, e o que ficava era poeira, um livro e a lembrança.
A Ade Ofara não era incômoda a lembrança, ao contrário, embora ela não conseguisse explicar, ter do que lembrar era sinal de que algo entre os dois algum dia foi real.
Há três noites Ofara sonhava com o rapaz e passava o dia se perguntando sobre o que estava por vir, por certo, algo importante, o grande distribuidopr de sonhos não repetiria tantos deles em vão.
Durante dias, esperou ansiosa a hora de deitar-se, para saber quais histórias viveria durante a madrugada. E o fato se tornou rotina: quando havia sol elas aguardava a noite, e assim colecionava sonhos, como quem coleciona amores.